sábado, 1 de junho de 2013

Ler e escrever, uma porta para o outro - Depoimento de professores que atuam na rede pública do estado de São Paulo.

Cibeli Alves C. de Farias Dias. (Cursista)
Pirajuí-SP  
Cibeli Alves C. de Farias Dias - professora da rede pública
  Meus pais têm pouco estudo, porém trabalhadores e honestos. Tiveram quatro filhos dos quais três chegaram ao nível superior completo. Tive professores e pais que são responsáveis por minha formação dentre eles meu ídolo Marcos Andenghi. Lembro-me do primeiro dia que fui para a escola, minha mãe me levando e eu carregando meu "borna" vermelho com as caixas de giz de cera e os lápis dentro. Eu corria a minha mãe dizia: “menina se você continuar correndo vai chegar tudo quebrado na escola”. Lembro-me do alfabeto e das sílabas, tudo isso me encantava. Dos gibis da turma da Mônica que meu pai comprava dentro do trem na volta do serviço e o meu sempre tinha uma figura que eu tinha que colocar o nome dela na frente e sem contar nos desenhos que eu pintava.... como eu era feliz. Meu pai comprou uma coleção de livro com histórias infantis: Chapeuzinho vermelho, O pequeno príncipe e vários outros. E discos de vinil que eu e minha irmã escutávamos deitadas no tapete. Não posso me esquecer de uma folha pequena que era usada na escola para fazer redação, era à hora mais feliz da minha vida quando a professora dizia que era hora da redação. Tem algo que nunca sairá da minha memória, parece que estou vendo a cena de minha mãe chegando do serviço e indo direto pra cozinha fazer a janta e eu corria para pegar meu lápis, borracha e caderno e os colocava sobre o tapete que ficava a beira da pia e fazia a tarefa com a ajuda da minha mãe, eu debruçada no caderno com a bunda pra cima......minha mãe sempre dizia: abaixa essa bunda magrela e em seguida dava risada. Tive ótimos professores, mas o apoio de minha mãe foi fundamental. Mesmo com pouco estudo ela fez a parte dela, minha mãe foi uma verdadeira guerreira e fez sua parte de mãe na minha vida escolar. Minha mãe me dava varias contas para resolver envolvendo as quatro operações, ela estudou apenas quatro anos. sempre vi minha mãe lendo dentro dos transportes públicos e via pessoas desconhecidas lendo, e hoje fico assustada quando vou em São Paulo e só vejo pessoas com fone nos ouvidos e mexendo em seus celulares. Só sei que meus professores foram ótimos e o exemplo de meus pais serviram para me tornar a cidadã que sou. Vejo hoje em dia como é bom os pais ajudarem os filhos.Obrigada professores por me ensinarem, pai e mãe por me educarem.



Angela Maria Granzote. 

Não sei dizer quando a palavra escrita  começou  entrar e  fazer parte da  minha vida. Puxando pela memória acho que começou na adolescência ou até mesmo na idade adulta a caminhada que leva a dominar a palavra escrita.
Lembro uma vez na biblioteca da escola, lendo um livro de romance, senti que cada palavra, cada expressão dominada era uma vitória para meu entendimento. Senti um peso das palavras e da transformação do que aquelas da infância, porque uma carga muito grande de experiência de vida ganha  no corpo da leitura. Cada palavra aprendida é uma pedra nessa reconstrução de si mesmo como pessoa que lê e escreve.

Um universo fascinante se esconde entre as páginas de um livro. Ganhar o gosto da leitura, incorporando às atividades de todos os dias, é ter, em mãos, a possibilidade de viajar, de se deixar levar pela narrativa, conhecendo gente, situações ou até mesmo identificando com os personagens.
Acredito ser perfeitamente possível aprender a gostar de ler, para isso precisamos primeiro fazer da leitura um hábito diário e não deixar que seja algo esporádico, principalmente se for “obrigatório” objetivando realizar algum trabalho acadêmico ou algo do gênero. Sugiro começar com textos curtos, contos, crônicas, e porque não histórias em quadrinhos, o importante é ler todos os dias, de 15 a 20 minutos por dia, com o passar do tempo, esses poucos minutos não serão suficientes, o próprio leitor sentirá necessidade de dispor de mais tempo para ler.
Isso aconteceu comigo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário